terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Hipocrisia Religiosa - Diga Não a Essa Droga!


1. Um Desabafo Contra a Falsa Fraternidade Moderna.

Não é de hoje que procuro entender e desenvolver um melhor relacionamento cristão. Em pouco mais de vinte e cinco anos de vida cristã, experimentei a comunhão com vários grupos de crentes em diversas cidades brasileiras. Confesso que me causa estranheza e alguma frustração, o comportamento de alguns ‘crentes’ nos dias atuais.

Não me conformo ao fato de ouvir um irmão chamando o outro de amado, sabendo que este não é o real sentimento que um nutre pelo o outro. Lembro-me de alguém que quando dirigia um culto, dava oportunidade para um irmão ‘negro’, cantar, só para depois do culto zombar do inocente, chamando-o de adjetivos que prefiro não mencionar.

Pessoalmente, experimentei por mais de uma vez, o dissabor de descobrir num ‘irmão’ considerado amigo, desses em que se deposita a confiança de se fazer confidências, a verdade de um relacionamento baseado na hipocrisia. Sem sombra de dúvida, este não é padrão para os relacionamentos entre irmãos que o Senhor intenta para a sua igreja.

Quão difícil e se submeter aos abraços (de tamanduá) e tapinhas (facadas) nas costas, quando alguém que sabidamente nos odeia e nos chama de ‘meu queriiiido...’, ou aquela citação patética de uns retardados que olham para nós e sapecam um ‘Oh! abençoaaaaado...’, quanto mais vou ter que aturar, até compreender que o homem é falso por causa de sua natureza pecaminosa? Precisa ser assim? Não dá pra ser diferente? Todo crente é hipócrita? Quando aceitamos a Jesus como nosso salvador, essa parte desgraçada de nosso caráter não é alcançada pelo novo nascimento?

Observando as ações de muitos que se dizem cristãos, constatamos que estes se identificam mais com o adversário de nossas almas do que com o Senhor Jesus. Então, não seria o caso de deixarem de lado o apelido ‘cristão’ e de uma vez por todas assumirem outro nome? Como deveriam ser chamados? Que o poder do nome de Jesus tenha efeito em nossas vidas!

2. Qual a razão para tanta hipocrisia e arrogância?

Andar com Jesus? Não, obrigado! O pecado sempre vai se apresentar escamoteado por alguma desculpa, neste caso não é diferente. Sinceramente, creio que o que leva uma pessoa religiosa a agir dessa maneira, está no simples fato desta não conhecer a Jesus e não querer manter nenhum tipo de relacionamento com Ele. Está faltando muito do caráter e da personalidade de Jesus na vida dos crentes atuais. Conhecer e relacionar com Jesus implica em mudança de vida, de comportamento e de atitudes. “E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou.” (1ª Jo 2.3-6)

Os Ensimesmados - Adoradores de si mesmos. A religião, qualquer que seja ela, fornece aos indivíduos a oportunidade de satisfazer a consciência do homem, já que este é essencialmente um ser que foi criado por Deus para ser um adorador. Muitos a utilizam como meio escuso de chamar para si a atenção, transformando o próprio ego no centro de suas existências. Vivem por e para ele. Não conseguem enxergar além de si mesmo qualquer outra pessoa ou outro motivo mais nobre para viver. “Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém; mas que pense de si sobriamente, conforme a medida da fé que Deus, repartiu a cada um.” (Ro. 12.3)

Orgulho – Incorrendo no erro de Lúcifer. O orgulho, aparentemente aparenta ser uma palavra despretensiosa, bem como também o é seus possuidores, mas é uma palavra que pode trazer luz a questão acima. Uma das grandes verdades do cristianismo consiste em amar ao próximo, considerando-o como sendo superior a nós mesmos. A alegria maior de um cristão está exatamente em conseguir enxergar num indivíduo seja ele quem for independente de sua condição social, raça ou sexo, uma pessoa para ser alvo e beneficiário de seu amor. Querendo o bem e o melhor para o meu próximo, estou o desejando para mim mesmo, pois, esta é a máxima da lei da semeadura: “pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl 6.7).

Quando buscamos o significado mais acurado do termo orgulho, encontramos a seguinte definição: conceito exagerado que alguém faz de si próprio; soberba; sentimento de dignidade a si mesmo; brio, altivez. (http://pt.wiktionary.org). Veja o que a bíblia diz a respeito de Lúcifer, observe como a essência é a mesma. “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is 14.12-14).

3. Existe Cristianismo sem Jesus?
Lembro-me de numa noite fria de domingo, de ter pregado numa certa denominação, uma mensagem com este tema: Cristianismo sem Cristo. Baseie a mensagem no seguinte texto bíblico: “Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses.” (2 Tm. 3. 1-5).

Jamais me esquecerei de ver os obreiros em cochichos laterais, da imagem do pastor da igreja bufando de raiva, e da nave da igreja superlotada de crentes que choravam copiosamente, se humilhando e derramando na presença do Senhor. Nunca mais preguei naquela igreja, aliás, fui convidado pela liderança a me retirar de lá.

Muito interessante é o fato de mensagens com este teor desagradar e embaraçar certas lideranças eclesiásticas. O que querem eles esconder ou disfarçar? Sua própria arrogância, sua presunção, ou sua falta de compromisso com a palavra de Deus? Talvez, mas não é só isso.

Lamentavelmente o que se vê na esmagadora maioria dos púlpitos das igrejas evangélicas atuais, são líderes mercenários, totalmente corrompidos e compromissados com mamon. Homens e mulheres que a fé não representa absolutamente nada, desde que redunde para eles algum favorecimento material.

Mensagens cristocêntricas que falam do amor e da graça de Deus são motivos de piada e de chacota. O ensino sistemático da Palavra é considerado como coisa do passado, fruto da mente de dinossauros da fé que já repousam com suas extravagantes ignorâncias na eternidade. Infelizmente vão levar para a eternidade o peso de terem morrido sem preparar uma geração de líderes que soubesse lidar com o sucesso, a fama e o poder. Líderes que envergonham o evangelho com freqüentes escândalos sexuais, usam de um deboche cretino da fé e da razão de seus liderados, perpetuando-se no poder com dinastias sem nenhum escrúpulo. Líderes que fariam de Fidel e Chaves pequenos e débeis discípulos.

Seus auditórios estão sempre lotados por gente havida em alcançar respostas rápidas que não os custe um compromisso mais sério com Deus. Esse evangelho chocho e sem graça é pregado a uma imensa multidão de ‘miolos moles’ que estão na realidade, num linguajar bastante juvenil, ‘dando um tempo’ em assuntos relacionados ao pecado e à vida eterna. São expectadores num culto onde Deus não fala e não revela absolutamente mais nada. Os profetas não existem, quando aparece algum é prontamente amordaçado. Os dons espirituais são considerados como uma coisa fora de moda. O amor fraternal é encarado com mero interesse; a filosofia da fraternidade de hoje se resume a esta frase: se deténs o que me interessa, então, és importante para mim.

Nesse contexto de religião moderna, em tempos de pregadores e pastores que copiam descaradamente para o exercício de seus ministérios o estilo consagrado na TV por Sílvio Santos, igrejas onde existe uma bíblia especialmente elaborada para cada tipo diferente de gosto, o Jesus da Palavra de Deus não se encaixa definitivamente.

4. Jesus Conforme os Evangelhos.
O Jesus que é apresentado nos evangelhos é contraditório, gosta de estar com pessoas simples, sem cultura alguma, mas também não se sente constrangido em cear com gente importante. Gosta que as crianças participem de seus cultos, seu barulho e aparente irreverência não o incomoda. Ele Prega uma mensagem poderosa e sem rodeios, carregada de significado e de conteúdo, com uma facilidade tão grande de compreensão, que até o mais ignorante dos mortais é atingido pelo poder de sua palavra. Esse Jesus é gentil, aceita que um de seus discípulos demonstre algum tipo de afetividade podendo se reclinar em seu peito.

Vejo nas páginas do Novo testamento uma imagem nítida de um Jesus educado, que não usava sua autoridade para dar ‘patadas’ nos mais humildes. Sendo Deus abençoava, curava e ainda perdoava pecados, sendo homem comia, sentia medo e se alegrava com seus discípulos. Era adepto de um bom churrasco de peixe, e apreciador como tantos outros de um bom bocado de pão quentinho assado em brasas. Esse tal Jesus, segundo os evangelistas, era maravilhosamente Deus e surpreendentemente homem.

Sabe de uma coisa? Cada um tem o líder que merece. Se existem hipocrisia e arrogância entre uns que se julgam ‘o último caroço de pequi em Goiás’, também existem crentes que amam e não se envergonham de serem parecidos com o Mestre, fazem jus aos nomes de crentes e de cristãos, que com justiça são chamados. “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.” (Rm. 1.16-a).

Jesus Breve Virá!

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